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domingo, 4 de setembro de 2011

JARDIM DAS FESTAS ANTIGAS

Leitores não vos enfadês
Em lê a apreciação
Que sobre usos e costumes
Faço com toda atenção.
E dispois direi comigo
Que os usos dos tempos antigos
Bem diferentes de hoje são.

Sinto sodade seu moço
Do luá do meu sertão
Das festas de antigas datas
Do tempo da Conceição.
Onde os home vinha a pé
De parea com a muier
E os sapatos na mão.

Me a lembro também seu moço
Do carrosser lá na praça
Muitas vezes empurrado
Por Pedro de Luminata.
Do juju puxado a mão
Da barraca do avião
E do jogo do vira-lata.

Sinto sodade também
Da farmácia e do leilão
Onde o povo se reunia
Prá ver a rematação.
Vendo as horas se passar
Prá dispois acompanhar
O Santo na procissão.

Não existia transporte
Naqueles tempos atrás
O povo vinha prá rua
Nas costas dos animais.
Andando sem tirá prosa
Sentindo o cheiro da rosa
Nascida nos matagás.

Versos de Enicy Azevedo

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